Encontrei-me emaranhado,
Numa viagem para qualquer lado,
Sem apeadeiro, nem estação.
Vi-te ao longe,
Numa pose deveras provocante,
Era eu um monge,
Agora não passo de um tratante.
A locomotiva avançou,
E pé não arredaste,
Já viste o que causaste?
O comboio descarrilou!
Deste ar da tua firmeza
Sem te importares um segundo,
Deixaste-me imundo,
Pior que tu, de certeza.
Como se não bastasse,
O teu rasgado sorriso
Fez com que se abespinhasse
O meu já pouco siso.
Envolto num lençol incandescente,
Numa amálgama de destroços,
Cedi à fúria.
Perdi o norte e o decente,
Perdi tudo,
A vontade de ir e voltar,
De te ter
Ou de te afastar...
...E de morrer
Nos braços da tua luxúria,
Porque os teus excessos,
Deixaram-me mudo.
Poema de Hebitsukai (JP Taxa)
Escrito a 04 de Novembro de 2015
E foi gentilmente cedido ao meu blog.
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