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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Liberdade para amar... Parte 4

Daí por diante, a pomposa avenida tomou o modesto nome de Rua do Remorso que, cheia de meandros e de "proibidos e permitidos", passa pelo Obscuro Bairro da Felicidade que também existe na Cidade dos Homens. Lá toma o nome de Rua do Reencontro, levando finalmente à Praça da Paz Completa que se funde com a Praça da Grande Paz.

Conheço gente que jamais saiu da Cidade de Deus e já chegou à Praça da Grande Paz.

Conheço outros que estão penosamente a caminho, mas não pretendem sair da estreita Rua da Liberdade.

Conheço outros que pensam em sair, porque acham muito maçador ter de engolir um caminho tão estreito e tão cheio de imposições e renúncias, quando há gente a divertir-se, gozando a vida e indo também para a mesma direcção...

E sei também daqueles que tomaram o desvio, não conto o que aconteceu. Será melhor que eles mesmo digam a quem quiser ouvir. O certo é que a liberdade sem limites é qualquer coisa de inimaginável para quem  nunca a trilhou. Deixa enfeitiçados os que por ela transitam. Tira-lhes a capacidade de ouvir ou escutam mas não ouvem. Não querem nem saber onde vai dar desde que passe pelos locais que o mapa indica. Durante o trajecto não adianta dizer nada. Não acreditam porque ninguém para ou abranda a velocidade a não ser em caso de acidente. É na curva final, que os leva ao beco sem saída, que se deve esperá-los. Talvez percebam a tempo de evitar o desastre mas se nem isso for possível, resta o consolo de saber que ainda é possível salvar os que desejam sair do Inferno em Vida.

(continua)

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