Total de visualizações:

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Liberdade para amar... Parte 2

As placas avisam que velocidade imprimir, em que esquinas diminuir a marcha e, de bairro em bairro, anunciam a aproximação da Praça da Grande Paz.

Não se pode dizer que, na Cidade de Deus, a Rua da Liberdade seja um trajecto simpático e atraente. Não dá nunca para conduzir como a gente gosta. Os constantes avisos de atenção, de permitido e proibido acabam por cansar. E não são poucos os que, loucos pela vontade de sentir o volante e aliviar a tensão sofrida com tantas exigências e imposições, metam por atalhos até chegarem à Cidade dos Homens, que tem uma larga avenida de fundo de vale, também chamada Avenida da Liberdade.

A Cidade dos Homens situa-se paralela à Cidade de Deus. Congeminam-se na Praça da Grande Paz, justamente porque ali ficavam as praças da Paz Celestial, da Cidade de Deus, e da Paz Completa da Cidade dos Homens. Como se tratava da mesma realidade, tomou então o nome de Praça da Grande Paz, que é onde levam todas as estradas da Cidade de Deus e da Cidade dos Homens.

A Avenida da Liberdade é, sem duvida, muito mais pomposa que a outra, a Rua da Liberdade. Começa pelo titulo. Tem um campo visual incrivelmente fantástico. Larga, ampla, toda iluminada, praticamente sem sinais de permitido e proibido e sem semáforos, é o sonho de todo aquele que já teve em mãos um volante. As únicas placas que se vêem apontam para a Praça da Grande Paz.

A sua geografia é incrível. Começa na Porta da Inconsequência, Bairro da Felicidade Imediata. Logo a seguir passa pelo Bairro do Prazer Sem Censura, e vai a toda a velocidade pelas regiões mais incríveis: Baixada do Amor Livre, Novo Paraíso, Nova Humanidade, Bairro do "Never Stop", Esquina do Vale Tudo, Curva das Delícias, Esplanada do Grande Eu, Rotunda do Cada Um Para Si, Baixada do Amor Sem Compromisso e Recta dos Amores Ocasionais...

(continua)


Sem comentários:

Enviar um comentário