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terça-feira, 15 de abril de 2014

Liberdade para amar... Parte 3

Deliciosa de percorrer, não há limites de velocidade, nem aquela chinesice de "proibido ou permitido", na Avenida da Liberdade, que cruza a Cidade dos Homens. Cada um conduz como quer, desde que deixe os outros conduzirem. E não há guardas de trânsito a aborrecer-nos a toda a hora e a fazer-nos sinais ou gestos severos, nem existe ninguém a multar ninguém. Correr por ela é o mais maravilhoso que se possa imaginar.


A maior inconveniência acontece quando há um acidente. E há muitos, infelizmente, porque nisto de cada um conduzir como quer, sempre acontece um mau encontro. Aí vem a burocracia do "quem paga, quem assume, quem foi o maior culpado, quem provocou, quem foi o maior lesado, quem fica com as consequências, quem paga o maior preço..." e assim por diante. Depois do acidente, é que começam as complicações da Avenida da Liberdade. Com o tempo, os que lá transitam começam a perceber que, apesar da maciez e do excelente campo visual, ela não compensa. É mais perigosa que a Rua da Liberdade da Cidade de Deus. Tem menos proibições, mas é muito mais deprimente. E as estatísticas mostram que a grande maioria dos viajantes não chega inteiro à Praça da Grande Paz.

E há mais uma agravante: Os que já percorreram e conseguiram sair de lá por milagre, dizem que a Avenida da Liberdade acaba num beco sem saída, onde se entulham os trastes e o lixo da cidade.

O lugar chama-se também Inferno em Vida. Quem caiu ali e conseguiu sair, afirma que a saída é estreita e penosa. Quase ninguém consegue sair sem a ajuda de fora. Mesmo assim, sai muito machucado.

(continua)

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