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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

*** AléxiA ***




Caio novamente num enigma que me intriga,
Fantasia passada, dúvida, que me obriga
A questionar tudo o que falo com esta mulher,
E nem sei o que o meu coração quer;

Será a eterna curiosidade que me faz te desejar?
Ou trata-se apenas de tapar o sol com a peneira?
Porque a vida me prega mais esta rasteira
De fantasiar com alguém que nunca me poderá amar?

Penalizo-me por pensar assim, de forma tão vulgar,
Vê-la com desejo, com tesão, com fome de algo diferente,
Vê-la com a vã esperança de poder prová-la vorazmente,
E deixar-me levar pela estupidez do sexo pelo sexo,

Enquanto a minha alma se perde sem conseguir mais voltar,
Deixando-me imbuir do espírito imaterial de Sappho,
Ao implorar-te que me deixes provar o teu delicioso fluxo
Sabendo que jamais em tempo algum, sem ele, me safo.

Devaneios meus, eu sei, bela Alexia, não duvides,
Talvez noutra encarnação ficaremos como duas tágides,
Quando possuir a nobre voluptuosidade de um corpo como o teu,
E o poder de conquistar, apenas com o delicioso gineceu,

E poder provar do teu néctar doce e lascivo,
E maravilhar-me de que tudo aquilo que agora te mostro,
É apenas e só mais um pequeno motivo,
Para deixar de amar, pois só me tornando um monstro

Poderei suportar a dor de sentir falta de algo tão lindo,
E que pediria por tudo nunca mais desaparecer,
O amor que nunca terei, embora anseie sempre obter,
Dou este simples sentimento, do meu âmago, por hora findo.
 
por Hebitsukai (13 de Janeiro de 2012 - 1:11)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Estrela da Tarde


"Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia

Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza


Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram

Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram

Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto

Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!"

 
Estrela da tarde, Ary dos Santos

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

"Velejando..."


"Essa vaga de pele, do nosso aperto em caravela
Essa chaga de fel, patamar dum enredo à janela...
Sem penas voei na palavra escrita do teu corpo
E não foi apenas na quente barca do teu porto...

Voar abraçando corpo, minha pele em ti são brasas
Nunca é tarde libertar meu coração e dar-lhe asas...
Nunca é tarde, soltar as amarras que alma embarca
Velejando por tudo o que o meu amor por ti abarca!..."

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Voando mais longe.


Não sei amar pela metade.
Não sei viver de mentira.
Não sei voar de pés no chão.
Sou sempre eu mesma, 
mas com toda a certeza,
não serei a mesma para sempre.

de Clarice Lispector

domingo, 16 de dezembro de 2012

Chuva em mim...


 Você diz que ama a chuva mas você abre seu guarda chuva quando chove.
Você diz que ama o sol, mas você procura um ponto de sombra quando o sol brilha.
Você diz que ama o vento, mas você fecha as janelas quando o vento sopra.

É por isso que eu tenho medo...
Você também diz que me ama.

by William Shakespeare.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Será que sou lésbica?...


"Por vezes estas questões colocam-se especialmente a mulheres que sempre se consideraram atraídas por homens e de repente se começam a sentir atraídas por mulheres. Este sentimento começa a fazer confusão a quem sempre viu as outras mulheres como apenas alguém do mesmo sexo.

A verdade é que qualquer lésbica assumida a certa altura da sua vida já se colocou esta questão: “Será que sou lésbica?” Outra verdade é que muitas mulheres heterossexuais também já se questionaram da mesma forma, o que é absolutamente normal, e faz parte de nós como pessoas questionarmo-nos e não assumir certezas absolutas. Assim como saber se é realmente lésbica ou só alguém curioso com o assunto?

Ter este tipo de dúvidas não é só comum nos adolescentes onde as dúvidas em relação à sexualidade são bastantes frequentes. Existem mulheres que sempre se consideraram lésbicas e outras que o descobrem quando já são casadas há mais de 20 anos. Procurar um método científico ou eficaz que responda às suas dúvidas sobre a nossa sexualidade é uma demanda perfeitamente legítima; e não se pode deixar de concordar que se pudéssemos determinar a sexualidade através de um simples questionário poderia evitar-se muito sofrimento emocional.
Infelizmente só com um questionário ou com outro método rápido não se pode determinar a sexualidade num ápice.
Descobrir a orientação sexual não é simples e rápido, como tomar um comprimido para a dor de cabeça. Esta procura é algo que demora tempo e requer um autoconhecimento muito profundo e uma sinceridade pessoal muito frontal. Por vezes é boa ideia falar com um psicólogo, ou mesmo com um grupo de lésbicas que se estejam na fase de se revelarem.

Muitas mulheres identificam-se como lésbicas depois de experiênciarem sentimentos por outra mulher. Outras mulheres só depois de anos de relações e atrações por outras mulheres é que se assumem como lésbicas. Muitas mulheres ficarão sempre atraídas por homens e por mulheres sendo consideradas bissexuais.

O importante é saber que a sua orientação sexual não é algo que escolha ou que possa comprar ou mesmo um simples capricho. A única coisa que pode verdadeiramente escolher é agir de acordo com a sua sexualidade ou decidir não o fazer. Se tem uma relação que considera uma relação boa com um homem há bastante tempo e se vê atraída por outra mulher isso não quer dizer que seja lésbica, pode simplesmente ser bissexual e ignorar o facto. A verdade é que se sentir unicamente atraída por mulheres e o seu marido não for mais que um bom amigo, a probabilidade de ser lésbica é muito grande."

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"Tente sempre ter paciência e dê tempo a si mesma para que os seus sentimentos assentem dentro de si e possa tomar a decisão mais verdadeira. O processo de se certificar da sua sexualidade é um processo por vezes moroso e de grande determinação. A verdade é que não importa se é lésbica, bissexual ou heterossexual, a verdade é que o que verdadeiramente importa é ser feliz e estar bem consigo mesma."

in, letral.com (http://letral.com/artigos/como-saber-se-sou-lesbica)

sábado, 8 de dezembro de 2012

Saudade...



"Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."

Poema "Saudade" de Pablo Neruda

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Cântico Negro


"Vem por aqui" dizem-me alguns com os olhos doces estendendo-me os braços, e seguros de que seria bom que eu os ouvisse quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos, (há, nos olhos meus, ironias e cansaços) e cruzo os braços, e nunca vou por ali... A minha glória é esta: Criar desumanidades! Não acompanhar ninguém. Que eu vivo com o mesmo sem-vontade com que rasguei o ventre à minha mãe não, não vou por aí! Só vou por onde me levam meus próprios passos... Se ao que busco saber nenhum de vós responde por que me repetis: "vem por aqui!"

 
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, redemoinhar aos ventos, como farrapos, arrastar os pés sangrentos, a ir por aí... Se vim ao mundo, foi só para desflorar florestas virgens, e desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.

 
Como, pois, sereis vós que me dareis impulsos, ferramentas e coragem para eu derrubar os meus obstáculos... Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, e vós amais o que é fácil! Eu amo o longe e a miragem, amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas, tendes jardins, tendes canteiros, tendes pátria, tendes tetos, e tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Eu tenho a minha loucura! Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, e sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém! Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; mas eu, que nunca principio nem acabo, nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

 
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui"! A minha vida é um vendaval que se soltou, é uma onda que se alevantou, é um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, não sei para onde vou, sei que não vou por aí!"



José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estreia "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.
 
in, Releituras e Textos ( http://www.releituras.com/jregio_cantico.asp)

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Amor...

"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"

Fernando Pessoa

"Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."

sábado, 24 de novembro de 2012

Altas horas... ;)

 
 
"Conhecer você foi um presente
Numa caixa inocente
Que a vida me entregou
Certas coisas que a gente sente
Simplesmente, de repente
Não são coisas
É amor... ohoh


Altas horas, altos papos
E a gente nem percebe
O tempo nos levando... ohoh
Onde dois apaixonados
Sentem, juntos e assustados
Que estão se amando


Isso é amor, meu bem
E se for amor, o que é que tem
Se quando você vai embora
Já não vejo a hora
De ver você voltar pra mim
."


 
Altas horas - Victor & Léo

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Capricórnio

É um dos signos do zodíaco mais estáveis, seguros e calmos. São trabalhadores,responsáveis, práticos e dispostos a persistir o quanto for necessário para conquistar seu objectivo. São fiáveis e muitas vezes têm o papel de terminar um projecto iniciado por outro signo mais pioneiro. Adoram a música.
 
Um capricorniano exige muito de seus empregados, familiares e amigos, mas só porque também é exigente consigo mesmo. Costumam ser pessoas justas. Não estão entre os mais felizes do zodíaco, tendem mais à melancolia e ao pessimismo. Quando um capricorniano sofre de depressão deve procurar ajuda. De facto, um capricorniano deve sempre tentar manter uma estabilidade emocional através da meditação, respiração ou actividades que o ajudem a relaxar e a não perder o controlo das suas emoções.
Às vezes o capricorniano demora para sentir-se feliz com suas relações pessoais. Podem tender a ser bastante reservados com desconhecidos. É mais provável que um capricorniano tenha poucos bons amigos (com quem tenha uma lealdade absoluta) que muitos companheiros. Às vezes custa-lhes relacionar-se com o sexo oposto, mas quando se apaixonam costumam ser fiéis e um pouco ciumentos.
Os capricornianos são bons gestores. São honestos e respeitam (ou exigem) a disciplina.
São teimosos e capazes de antepor a família e o trabalho sobre seus próprios desejos ou necessidades. São grandes organizadores e costumam ter algum tipo de ambição económica (dada sua capacidade para perseguir um objectivo, muitas vezes o realizam).
Os capricornianos costumam possuir profissões relacionadas com a economia. (Ex.: economistas, contabilistas, gestores, empregados do sector imobiliário e/ou políticos).

São excelentes docentes, administradores, cientistas, agricultores e construtores.
 
Positivo: O capricorniano é ambicioso e disciplinado. É também prático, prudente, tem paciência e é até cauteloso quando preciso. Tem um bom senso de humor e é bastante reservado.
 
Negativo: O capricorniano tende a ser pessimista e, ante situações difíceis, é um pouco fatalista (não me considero assim). Às vezes custa-lhe ser generoso e fazer favores de forma altruísta (hum...).
 
Gosta de: Fiabilidade, profissionalismo, uma base sólida, ter um objectivo e liderança.
 
Não gosta de: Planos pouco práticos, fantasias, pessoas frívolas, o ridículo.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Reflexões

"Uma garrafa de vinho meio vazia também está meio cheia. Porém, uma meia mentira nunca será uma meia verdade."
(Jean Cocteau)


"É melhor estar preparado para uma oportunidade e nunca vir a tê-la, do que ter uma oportunidade e não estar preparado."
(Anónimo)


"Não é digno de saborear o mel aquele que se afasta da colmeia por medo das picadas das abelhas."
(Shakespeare)




"Não chore por as coisas terem terminado, sorria por elas terem existido."
(L. E. Boudakian)


"Eduquemos as crianças, e não será necessário castigar os homens."
(Pitágoras)


"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se adiante."
(Kierkegaard)







"Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos."
(Eduardo Galeano)

"Não faça da sua vida um rascunho pois você pode não ter tempo de passá-la a limpo."
(A. Rossato)


"As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objectivo?"
(Mahatma Ghandi)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A Lua de Joana

Este livro foi escrito por Maria Teresa Maia Gonzalez e conta a história de uma menina de 14 anos chamada Joana, que perdeu a sua melhor amiga, Marta, que morreu de overdose.
Este livro pode ser considerado uma espécie de diário (apesar de não o ser), porque Joana escreve cartas a uma amiga que já faleceu, para que desta forma a mantenha viva na sua memória, para tentar perceber o que levou a amiga a seguir tão trágico caminho e acima de tudo para conseguir perdoar-lhe. Joana conta-lhe todos os acontecimentos do seu dia-a-dia e é interessante ver o desenrolar da vida desta personagem, a sua transformação ao longo dos dias e dos anos.
Este livro mostra-nos o grande flagelo que é a droga, para as famílias, para os amigos e para a própria pessoa que se deixa envolver nessa teia.
 

O tempo existe para ser gasto com quem mais amamos, para dar atenção àqueles que mais queremos. Esta é a lição que todos os pais devem tirar desta história, é preciso estarem atentos à vida dos filhos, estarem presentes. Os filhos devem sentir-se amados, queridos tanto nos momentos bons como nos menos bons? Eles devem sentir sempre que gostamos deles, independentemente dos defeitos que possam ter? É com amor e carinho que os conquistamos, que os preparamos para a vida?
Há também a salientar a importância do diálogo entre os filhos e os pais, pois a falta de diálogo é muitas vezes a razão que leva os filhos a procurarem outros caminhos, que no caso da Joana foi a droga.
 
Vale a pena estar atento.

domingo, 11 de novembro de 2012

A Viagem

"No dia 11 de Novembro, Verónica decidiu que havia afinal chegado o momento de se matar... e não se estava a matar porque era uma mulher triste, amarga, vivendo em constante depressão...
Haviam duas razões:
A primeira é que tudo na sua vida era igual, e uma vez passada a juventude seria a decadência...
A segunda, tudo o que se estava a passar no mundo estava errado e ela não tinha como reparar isso...
- Quanto tempo me resta? Repetiu Verónica, enquanto a enfermeira dava a injecção.
- Vinte e quatro horas. Talvez menos.                            
Ela baixou os olhos, e mordeu os lábios. Mas manteve o controlo.
- Quero pedir dois favores.
O primeiro, que me dê um remédio... de modo que eu possa ficar acordada, e aproveitar cada minuto que restar da minha vida. Eu estou com muito sono, mas não quero mais dormir, tenho muito que fazer coisas que sempre deixei para o futuro, quando pensava que a vida era eterna. Coisas pelas quais perdi o interesse, quando passei a acreditar que a vida não valia a pena.
- Qual o seu segundo pedido?
- Sair daqui, e morrer lá fora. Preciso de subir ao castelo de Lubljana, que sempre esteve ali, e nunca tive a curiosidade de vê-lo de perto... quero andar na neve sem casaco, sentindo o frio externo eu, que sempre estive bem agasalhada, com medo de apanhar uma constipação.
Enfim, Dr. Igor, eu preciso de apanhar chuva no rosto, sorrir para os homens que me interessam, aceitar todos os cafés para os quais me convidem.
Tenho que beijar a minha mãe, dizer que a amo, chorar no seu colo sem vergonha de mostrar os meus sentimentos, porque eles sempre existiram, e eu escondi-os...
Quero entregar-me a um homem, á cidade, à vida e, finalmente, à morte."
 
"Verónica decide morrer" - Paulo Coelho

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Lágrimas


"As lágrimas que não saem depositam-se no coração, com o passar do tempo vão formando uma crosta e paralisam-no, como o calcário se encrosta e paralisa as engrenagens da máquina de lavar."

Vai aonde te leva o coração, Susana Tamaro

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Natura


Acordei relativamente tarde hoje e por um motivo qualquer a minha disposição não era das melhores esta manhã...
Estou eu a arrumar os incensos que comprei ontem na Natura, incensos que ainda estavam num saco encostado a um canto de um quarto que por incrível que pareça está arrumado, e reparo então num pequeno mas lindo texto escrito no saco que os tinha transportado... e diz assim:

"Um velho índio estava a falar com o seu neto e contava-lhe:
Sinto-me como se tivesse dois lobos lutando no meu coração. Um é um lobo irritado, violento e vingativo. O outro está cheio de amor e compaixão.
O neto perguntou:
Avô, diga-me, qual dos dois ganhará a luta no seu coração?
O avô respondeu:
Aquele que eu alimente."

Engraçado como um pequeno e singelo texto nos pode fazer mudar a disposição e dar mesmo algum colorido num dia que começou algo cinzento. Temos é que têr olhos para vêr.

Beijinhos a todos. 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Submissa…

(o outro lado da lua)
O dia despertou calmo, luminoso e muito tranquilo. Abri os olhos devagar e inspirei o ar fresco da manhã enquanto me espreguiçava…  

“Que horas serão?” Pensava eu, enquanto esfregava os olhos.

Nisto, o despertador começou a tocar, pude assim perceber que tinha acordado um pouco antes da hora… eram “7:30” da manhã, estava na hora de me levantar da cama, preparar tudo e pôr-me pronta para ir trabalhar. Estava feliz e descansada pela magnífica noite de sono em que dormi como um anjo. 

Ainda antes de me levantar o meu pensar voou para a minha menina linda, a Kátia, e perguntava-me se também ela já estaria acordada… 
Nós já namoramos à cerca de um ano, tudo está bem entre nós e estar com ela é magnífico, sinto-me sempre tão bem. Como qualquer casal vamos tendo algumas desavenças mas, como grandes amigas que somos, conseguimos resolver a bem alguns desses atritos.

“Tenho que me levantar.” Apesar da insistência do meu pensar o corpo não reagia.

Eu sentia em mim um calor crescente e os lençóis de seda branca em contacto com a minha pele também não ajudavam porque me provocavam inúmeras sensações. Arrepiei-me, fechei os olhos e senti o meu corpo quente, muito quente. Afastei a roupa e o ar fresco do quarto envolveu-me…
As minhas mãos foram-me despindo um pouco à pressa, tirando o meu top e os meus calções de algodão. Uma das mãos pousou sobre um dos meus seios e eu estremeci, estava muito excitada e algo agitada rebolava pela cama… a outra mão pousou sobre a minha vulva e apertou-a, delirei e tremi de prazer. Os meus dedos deslizaram então pela minha vagina já muito molhada, senti que um orgasmo, forte e poderoso, se aproximava. Penetrei-me com dois dedos, apesar da excitação e da lubrificação sentia um certo desconforto mas, fui forçando mais e mais…
O despertador voltou a tocar, tinham passado “15 minutos” e os meus gemidos eram agora abafados pelo toque insistente que me obrigava a levantar… Ainda um pouco trémula levantei-me da cama, sentindo depois os meus fluidos vaginais escorrer pelas coxas, liguei a aparelhagem e corri para o duche. 
Estava muito atrasada e enquanto, à pressa, me despachava ia ouvindo as notícias…

“Dão chuva para hoje?! Estamos no pico do verão e está um calor infernal mas vai chover? Como é possível?” 

Reclamava eu em pensamentos enquanto lavava os dentes. Bom, não havia mesmo nada a fazer, tinha mesmo que levar o guarda-chuva. 
Saí de casa a correr sem sequer tomar o pequeno-almoço. Assim e quando já descia as escadas para a garagem ouço a Margarida chamar:

- “Menina, menina… não vai comer nada? Não pode sair assim sem comer.”

- “Eu sei, mas estou atrasada… eu como lá qualquer coisa…”

- “Ai esta rapariga, que canseira…”

Eu ri-me com esta frase mas logo ela continuou:

- “Eu preparei algo para a menina levar, assim já não vai passar fome...”

Eu voltei para trás e logo a Margarida chegou ao pé de mim, passou-me a lancheira para as mãos e sorriu-me ternurenta. Eu abracei-a e depois de lhe dar um beijo no rosto disse-lhe:

- “Que faria eu sem ti? Cuidas de mim como nunca ninguém cuidou…”

- “Deixe-se dessas coisas menina, tenha mas é juizinho.”

- “Eu tenho imenso juízo mas na verdade este lanchinho vai saber-me mesmo bem… estou com uma fome.”

Rimo-nos com imensa cumplicidade, ela então voltou para casa e eu voltei a descer as escadas a correr.

“Que horas seriam? Não sabia, mas estava ainda mais atrasada.”

O trânsito em Lisboa estava caótico, a chuva para piorar o cenário era daquelas que só molha os tolos e por isso tinha que estar bastante atenta à condução, não era nada fácil porque me sentia aluada e perdida em pensamentos que nem sequer conseguia decifrar…

Cheguei bastante atrasada mas, por incrível que pareça, fui das primeiras pessoas a chegar e assim não ouvi nenhum raspanete da minha chefe. Olhar a janela vendo a chuva cair lá fora dava uma sensação de aconchego que apesar da difícil concentração tornava o meu trabalho suportável… não me interpretem mal, eu gosto imenso do que faço mas estar ali naquele dia não estava a ser nada fácil para mim.
A manhã passava devagar, eu estava novamente a sentir um calor estranho fervilhar sob a minha pele e algo agitada mexia-me na cadeira. A minha visão foi-se toldando e acabei por fechar os olhos, mordi o meu lábio inferior e uma das mãos deslizou pela minha perna e depois foi arranhando bem de leve a minha pele suave fazendo o meu vestido subir... 
Abri os olhos, olhei em volta mas tudo me parecia demasiado difuso. Tentei passar a língua pelos meus lábios mas estes estavam demasiado secos. As minhas pernas tremiam imenso e mal conseguia respirar. Senti as minhas cuequinhas humedecer e assustei-me… 

“Não pode ser, assim vai notar-se a mancha no vestido.” Pensava eu quando a minha chefe me chama:

- “ Aléxia, estás bem? Estás muito vermelha.”

- “Eu não sei, estou estranha…”

- “Vai beber um copo de água e lavar o rosto.”

Eu levantei-me um pouco a medo e fui à casa de banho, apoie-me no lavatório e depois de me olhar ao espelho reparei que estava mesmo muito vermelha, continuava com a minha respiração acelerada e sentia o meu corpo arder. 
Passei a mão pelo rosto, desci pelo pescoço e depois pelo peito sentindo os seios inchar e os mamilos enrijecer com o toque suave. Mesmo que fosse por cima do vestido e do “soutien” eu estava a adorar e então passei a apertá-los soltando um gemido forte…
Não podia ficar ali no meio porque poderia entrar alguém, então fechei-me numa das divisórias da casa de banho e baixando a tampa da sanita sentei-me abrindo as pernas, o vestido subiu e as minhas coxas ficaram quase totalmente expostas. Comecei a massajar com uma mão deslizando os dedos suavemente por elas e fazendo-me por isso arrepiar, com a outra mão fui abrindo o fecho do vestido que ficava na parte lateral do mesmo e quando este já se encontrava aberto pude com mais liberdade segurar um dos meus seios ainda que por cima do fino tecido do ““soutien””, comecei a gemer baixinho e já não podia esperar mais, levantei-me e tirei o vestido… sim, estava apenas de “lingerie” e de sapatos de salto alto (coisa rara em mim). Pendurei o vestido na porta e apesar de achar uma loucura não consegui resistir, baixei as minhas cuequinhas e sentei-me na beira da sanita fazendo dois dos meus dedos deslizar pela minha vagina já encharcada de desejo… gemi alto tentando controlar-me mas continuando a masturbação frenética de uma maneira forte e decidida. Senti que o meu corpo escaldava e que todo este prazer toldava de tal maneira o meu discernimento que nem me importava o sítio onde estava e gemia alto, talvez alto demais. 
O orgasmo surgiu de uma forma arrebatadora e poderosa, fez-me tremer e sentir o corpo fortemente abalado pelos espasmos... tentei em vão levantar-me, respirei fundo e depois com algum esforço consegui fazê-lo. Estando de pé sentia os meus fluidos verter e escorrer da minha vagina como uma cascata, limpei-me com cuidado e depois voltei a puxar as minhas cuequinhas para cima, estas estavam já junto aos meus tornozelos.
Vesti-me e saí da divisória com receio que alguém estivesse por ali mas não se via ninguém… olhei então para o espelho e perguntei-me:

“Tu és maluquinha não és?”

Lavei o rosto, ajeitei o cabelo e respirando fundo preparava-me para sair quando a minha chefe entra e olhando-me pergunta:

- “Estás melhor Aléxia? Como nunca mais aparecias vim ver como estavas.”

- “Agora estou um pouco melhor, obrigada.”

- “Ainda bem, vamos?”

Disse-me ela sorrindo e eu fiquei sem perceber bem o porquê do tal sorriso…

“Será que ela percebeu ou ouviu alguma coisa?” O meu pensar ia fazendo imensos “filmes” apesar de achar que não tinham qualquer sentido. Enfim…

A manhã foi mais calma e passou rapidamente, como eu estava mais aliviada (risos) consegui melhorar a concentração e o meu trabalho assim ficou concluído num instante. A minha chefe saiu mais cedo e eu senti-me ainda mais relaxada, estava tudo encaminhado e agora era só esperar a hora de sair... 
Fui deixar os relatórios já prontos e que aguardavam aprovação na secretária da minha chefe e regressei para a minha começando a arrumá-la enquanto dava uma vista de olhos aos últimos e-mails recebidos. 
Levantei-me, despedi-me dos colegas e encaminhei-me para o elevador… o meu dia de trabalho chegou ao fim. Eu só trabalhava de manhã e tentava dar o melhor de mim para que me contratassem a tempo inteiro mas isso não dependia exclusivamente da minha vontade. Esperava que a porta do elevador abrisse quando recebi uma mensagem da Kátia que dizia:

“Olá minha linda, como estás? Tenho imensas saudades tuas. Quero muito beijar-te, abraçar-te e sentir-te por inteiro em mim. Podemos ver-nos mais logo?”

Eu com esta mensagem senti as minhas pernas tremer e mil e uma coisas passaram pelo meu pensamento. Os calores regressaram e senti os meus seios intumescer e a minha vagina molhar no mesmo instante… 

“Ai Kátia, que foste tu fazer? Que raio se passa comigo hoje?”

Eu de facto não sabia o que se passava comigo mas o desejo voltou forte, muito forte… o elevador chegou, as portas abriram-se e eu não conseguia sequer mexer-me. Um senhor olhava-me e quando as portas se fechavam novamente segurou-as e perguntou-me:

- “A menina não vai entrar?”

Não sabia se deveria ou não entrar tal era o estado em que me encontrava mas como o senhor foi tão simpático decidi arriscar e um pouco trémula respondi:

- “Sim… eu vou entrar… obrigada…”

Assim que as portas do elevador se fecharam tudo piorou, arrependi-me nesse momento de ter entrado… um arrepio percorreu o meu corpo e sentia que o ar me faltava, sentia também a minha face ruborizada e olhando ao espelho comprovei isso mesmo, estava muito vermelha...
A descida nunca mais acabava e pareceu durar uma eternidade, eu sentia a minha excitação aumentar e com isso as minhas cuequinhas iam ficando cada vez mais molhadas, até que se ouviu um “plim” e o elevador parou. As portas abriram-se e o senhor que me acompanhava saiu à minha frente, eu a muito custo consegui mexer-me e aos poucos comecei a andar encaminhando-me para o carro mas com uma sensação de desconforto que me perturbava… sim, sentia as minhas cuequinhas demasiado molhadas, com o andar parecia até que os meus fluidos escorriam pelas coxas. Aproximei-me de um recanto escuro da garagem, olhei em volta e depois de me certificar que não estava ninguém baixei as minhas cuecas e com um lenço de papel limpei-me…
…depois de me limpar fiquei sem saber o que fazer com as minhas cuequinhas pois estavam encharcadas mas quando vi um caixote do lixo achei por bem deita-las fora. Que loucura, era a primeira vez que andava na rua sem cuecas mas sentir a brisa até que era agradável (risos). 
Entrei no carro e o vestido subiu deixando as minhas pernas quase totalmente expostas, o tempo continuava cinzento e o trânsito horrível… assim nunca mais chegaria a casa e tudo piorou quando recomeçou a chover. O “para arranca” estava a matar-me e o tempo quente sufocava-me, liguei o ar condicionado e arrepiei-me… 
Os meus mamilos endureceram com o ar fresquinho do carro mas este, não saía do sítio, o trânsito estava completamente parado e a chuva aumentou de intensidade… eu recostei-me no banco, respirei fundo e tentei relaxar.
Aumentei o volume do rádio e deixei-me levar pela música que ia tocando… rolling in the deep de Adele entrou-me pelos ouvidos e o meu pensar foi ficando vazio, as minhas mãos foram passeando pelas minhas pernas já arrepiadas e o meu respirar foi ficando mais intenso, ansioso. Fiz as minhas unhas arranhar a parte interior das minhas coxas e fechei os olhos, a minha língua passou pelos lábios e num toque mais arteiro soltei um gemido abrindo os olhos… o trânsito continuava parado. Abri ligeiramente as pernas e cheguei a anca um pouco mais para a frente sentando o rabo na beira do assento, os meus dedos frios aproximaram-se da minha vulva e eu sentia-me humedecer, mais e mais.
A minha mão abriu-se envolvendo a minha vulva por completo e o meu dedo médio foi então deslizando pela minha rachinha molhada e fui empurrando, pressionando com ele a minha vagina. Quando cheguei ao clitóris rodeei-o e depois fui-me tocando com delicadeza e os meus gemidos foram sendo abafados pelas buzinadelas que ecoavam à minha volta… abria a boca, tentei respirar mas não conseguia, tremores intensos percorriam o meu corpo e eu sentia-me mesmo desfalecer…

“Puxa, é o meu terceiro orgasmo hoje!”

Pensava eu enquanto a minha respiração ia voltando ao normal… ajeitei-me e quando me preparava para olhar o espelho e pentear o cabelo o trânsito começou lentamente a rolar. A viagem foi lenta e cansativa, cansativa demais…
Cheguei a casa completamente “moída” e cheia de fome, a Margarida esperava-me e sorrindo olhou pra mim dizendo:

- “A menina não está com boa cara. Não me diga que ficou doente?”

- “Não, não fiquei… estou apenas cansada.”

- “Vamos almoçar? Fiz o seu prato favorito…”

Adorava ser mimada desta forma, a Margarida tratava-me sempre tão bem e para mim era bem mais que uma empregada, era uma segunda mãe. Depois de almoçar fui para o quarto, liguei a internet e fui tomar um banho rápido… regressei ainda um pouco molhada e acabei de me secar enquanto lia os e-mails e os comentários deixados à publicação que tinha colocado na casa dos contos, “Lua Rosa (cheia de amor)”.
Estava mesmo de rastos, deitei-me na cama ainda enrolada na toalha e adormeci…

Acordei pouco tempo depois com o toque e a vibração do telemóvel, esfreguei os olhos e bocejando levantei-me. Era uma mensagem da Kátia que dizia:

“Olá meu amor. Não me dizes nada?! O trabalho correu bem, já estás em casa? Nem imaginas o que te quero fazer mais logo… vais ser minha, totalmente minha! Beijinho.”

Eu tremi e senti-me corar…

“Estou tão apaixonada.” 

Pensava eu enquanto vestia os meus calções e a t-shirt de algodão… puxei o edredão para trás juntamente com o lençol e deitei-me. Precisava mesmo de descansar e de dormir.

*****

Abri os olhos lentamente e senti que o meu corpo ia acordando de forma gradual... soube mesmo bem este descanso. Espreguicei-me e sorri feliz porque a minha vida neste momento estava muito bem e queria que assim continuasse... a Kátia faz-me tão bem, amar faz tão bem. 
Levantei-me da cama num pulo e fui lavar o rosto, liguei a aparelhagem pelo caminho e a música Sun is up da INNA invadiu o meu quarto. Eu saltava alegre de um lado para o outro tentando escolher uma roupa apropriada para o encontro de logo... não queria uma coisa muito sóbria nem muito sexy, afinal de contas este iria ser um jantar romântico. 
Bom, de qualquer forma a promessa estava feita, ia poder estar nos braços do meu amor e senti-la por inteiro em mim... só de imaginar ficava logo ofegante.

"É melhor teres calma Aléxia, ainda te dá uma coisinha má."

Pensava eu enquanto me vestia, até que, de repente, ouço a campainha tocar... os meus pensamentos apagaram-se e só uma coisa surgiu neles... 

"Ela chegou." 

Ainda não estava pronta mas corri para a porta, a Margarida tinha acabado de a abrir e a Kátia olhou-me sorridente, eu atirei-me ao seu pescoço abraçando-a e cambaleantes rodámos pelo "hall" de entrada... quando parámos olhámos nos olhos uma da outra e beijámo-nos ternamente. Morri! 

 - "Meninas, comportem-se..." 

Reclamava a Margarida olhando para nós com as mãos nas ancas.

Eu agarrei na mão da Kátia e puxando-a corremos para o meu quarto. Acabei de me vestir, maquilhei-me e ao sair do "WC" reparei que ela me olhava embevecida e corando sorriu-me maliciosa. Eu adorei.

O jantar foi ótimo, conversámos imenso, rimos e sempre muito cúmplices partilhámos muito de nós. A Kátia provocava-me com frequência e eu já derretida queria ir embora o mais depressa possível... saímos de mãos dadas, demos então um beijo molhado e carregado de desejo que deixou toda a gente a olhar para nós. Eu estava nas nuvens e sentia as "borboletas" muito agitadas no baixo-ventre. A humidade foi crescendo e sentia-me a cada passo que dava, mais e mais molhada... entrelaçámos os dedos, ela encostou-se a mim e fomos assim caminhando em direção ao carro. A viagem era rápida mas eu já não aguentava muito mais, a ansiedade aumentava drasticamente e mal me conseguia concentrar na estrada, para piorar ela ia passando levemente os dedos pela minha perna e apertava de vez em quando a minha coxa. Eu olhava-a desejosa e ela mordendo o lábio inferior provocava-me. Chegámos por fim à quinta do Infantado em Loures e já era tarde. Assim que estacionei a Kátia saltou para o meu colo, abraçou-me e beijou-me vorazmente fazendo a sua língua dançar na minha boca... fiquei sem fôlego mas não deixei de a agarrar e as minhas mãos percorriam o seu corpo por inteiro. Estávamos de tal maneira loucas que nem nos preocupávamos com a possibilidade de sermos vistas por alguém.
Ela parou e voltou a sentar-se no banco, eu esperei um pouco para que a minha respiração voltasse ao normal mas não estava fácil, sentia-me já envolvida num desejo imenso que me consumia... 
A Kátia inclinou-se para mim e eu fui ao seu encontro, beijámo-nos e nisto ela diz: 

- "Amo-te muito, cuida-te ok... até amanhã."

Eu fiquei sem reação olhando-a enquanto saia do carro e se dirigia, rebolando a sua anca, para casa... ela estava poderosa e sexy, muuuito sexy. 

"Uau, é mesmo linda."

Pensava eu num misto de orgulho e desilusão... 

"Até amanhã? Opá...”

Eu a pensar que iriamos ter uma noite de amor… tinha passado o dia desejosa e a imaginar poder tê-la nos meus braços, beijá-la e sentir a sua pele delicada na minha…
O meu corpo ardia e doía por tanta tensão acumulada e de repente dei por mim a choramingar… pensei sair e subir até ao seu apartamento mas achei melhor não. Coloquei a custo a chave na ignição, liguei o carro e arranquei a alta velocidade fazendo os pneus chiar… a viagem foi rápida porque eu morava relativamente perto. Subi as escadas devagar e sentia ainda lágrimas rolando pela minha face.
Despi-me devagar e fiquei parada no meio do quarto olhando à minha volta mas tudo me parecia demasiado sombrio… era noite de lua cheia, uns fios prateados e carregados de luar invadiam o quarto. Só por isso este não estava mergulhado numa escuridão profunda…
Eu fazia um esforço para adormecer mas não estava nada fácil, pensava vezes sem conta na frase que a Kátia me tinha dito minutos antes e tentava em vão perceber a razão para ela se ter despedido de mim assim… era suposto ter-mos passado a noite juntas… 
Acordei sobressaltada com o toque e a vibração do telemóvel, esfreguei os olhos e tentei alcançar o telemóvel pousado na mesinha de cabeceira. Peguei nele e perguntava-me quem teria mandado mensagem a estas horas, devia ser tardíssimo…
…era quase uma da manhã e a mensagem era da Kátia. Semicerrei os olhos para me habituar à luminosidade do telemóvel e assim conseguir ler o que dizia:

“Quero-te aqui Aléxia. Quero sentir o teu sabor, quero tanto chupar essa tua cona linda e cheirosa. Vem!”

Eu, lendo isto, senti um calafrio percorrer o meu corpo arrepiando-me todinha… num pulo saltei da cama e fui-me arranjar. Vesti-me à pressa, pus o meu melhor perfume e lavei os dentes com um stress crescente já sobrecarregado de desejo. 
Sai de casa devagarinho e tentando ser o mais silenciosa possível, entrei no carro e respirei fundo antes de me por a caminho. Eu ainda me sentia magoada mas o simples facto de saber que iria estar com ela era suficiente para o meu coração bater mais forte e sentir as minhas cuequinhas humedecer. Uau…
Cheguei num abrir e fechar de olhos mas enquanto subia no elevador senti que o meu coração queria sair pela boca e comecei a tremer. 
Quando ia abrir a porta reparei que esta estava apenas encostada… fui entrando e todo o apartamento estava na penumbra, a única iluminação presente era a das muitas velas que estavam espalhadas pelo chão… o ambiente não poderia estar mais misterioso e exotérico. Fechei a porta atrás de mim, fui entrando devagar quando ela numa voz forte e sexy me diz:

- “Despe-te, quero-te nua... põe depois a venda que está aí no chão e espera.”

Fiz tudo o que ela me pediu, o meu corpo ardia de desejo e estava tão excitada que até as pernas me tremiam. Deixei de ver quando pus a venda e isso era ainda pior, a minha respiração ficou alterada e ofegante, a minha pele emanava calor e sentia que os meus fluidos vaginais já vertiam e escorriam pelas minhas coxas.
A Kátia aproximou-se de mim soprando bem de leve o meu corpo e eu arrepiei-me desde a ponta dos pés até à ponta dos cabelos, tudo piorou quando ela foi passando bem de leve os seus dedos pela minha pele arrepiada, pude sentir também as suas unhas arranhando e percorrendo cada pedacinho do meu corpo, toda essa tortura continuou por mais alguns minutos e eu tremia, tremia imenso de excitação e prazer… 

Ela pegou então na minha mão e puxando-me para dentro encaminhou-me para a sala, pelo menos assim me parecia porque estando vendada não conseguia perceber bem e a minha orientação neste momento estava mais que desorientada. 

Eu conseguia sentir a sua presença, ela andava à minha volta embora não percebesse bem onde estava. Como eu não conseguia ver todos os outros sentidos estavam alerta, sem aviso, as suas mãos envolveram os meus seios e ela apertou-mos fazendo-me soltar um grito forte, não só pelo susto mas também porque me fez doer... mas não parou ali, beliscou os meus mamilos eretos e depois passou bem ao de leve a língua por eles. Eu tentei segurá-la mas ela agarrando-me nos braços retorquiu num tom autoritário e grave:

- “O que está a minha putinha a fazer?! Só me tocas se eu deixar.”

Soltou-me os braços, passou para trás de mim deslizando as suas unhas pelo meu ombro e descendo pelas minhas costas fazendo-me arrepiar, sinto então uma palmada forte no meu rabo e quando eu já me preparava para protestar ela sussurra-me ao ouvido:

- “Xiu… ainda agora começámos… não quero ouvir lamentos senão será muito pior.”

Eu estremeci com as suas palavras e sentia o meu corpo todo em brasa, a minha nádega esquerda ardia mas a sensação não era assim tão má… o formigueiro até que era prazeroso e eu nunca pensei que isso fosse possível.

- “Tu estás linda assim… quero-te de quatro, ajoelha-te no chão e afasta as pernas.”

Disse-me ela ainda num tom suave e eu mais do que rápido fiz o que me mandou, não só porque este jogo me deixava entregue ás suas vontades mas também porque não queria levar mais palmadas.
A sua mão pousou no fundo das minhas costas e foi-me massajando, ora subindo ou descendo bem devagar. Beijou-me os ombros com delicadeza e depois foi descendo ao longo das minhas costas percorrendo a minha coluna e eu tremia… sentia-me indefesa e exposta mas pouco me importava pois o meu corpo era um vulcão que ansiava pacientemente a sua libertação numa explosão sem limites. O momento contudo ainda não havia chegado mas estava para breve, muito breve…
A Kátia chegou por fim ao fundo das minhas costas e passou bem de leve as suas mãos por cada uma das minhas nádegas, ainda sentia um ardor ligeiro na nádega esquerda quando ela passou a mão mas o seu toque era bom demais. Ela segurou então de forma firme as minhas nádegas e abriu-as… eu retrai-me algo involuntariamente tentando escapar desta situação constrangedora e a palmada soou forte o que me fez cair para a frente…
Lembrei-me imediatamente do que ela havia dito e não disse nada, fechei os olhos e absorvi a estalada sentindo que o calor se perdia pelas minhas entranhas e fazia com que o meu prazer aumentasse.

“Como era isso possível?”

Os meus pensamentos foram interrompidos pois senti a sua língua deslizar no meio das minhas nádegas. Eu estava com a cabeça pousada no chão, de rabo no ar e tão submissa.

“Eu, submissa…”

O meu pensamento viajava pelas sensações e emoções, pelas descobertas e novas formas de prazer que estava a descobrir. Sim, não sabia que poderia ser tão bom estar assim rendida e vulnerável… nem imaginei que algum dia pudesse sentir prazer com a dor.
Eu era dominada por uma Kátia faminta, o meu cuzinho piscava quando a sua língua lhe tocava e ela lambia-me como se o amanhã não fosse mais chegar. Eu não fazia ideia que o toque anal poderia ser tão prazeroso e agradável. Ela começou a introduzir o seu pequeno vibrador em mim, a penetração misturada com aquele tremor estavam a deixar-me louca… 
O orgasmo com todos estes toques e com a vibração rebentou fortíssimo, foi de tal forma arrebatador que me senti a desmaiar mas ela não parou e esgueirando-se para baixo de mim começou a lamber todos os fluidos que escorriam. Eu já não aguentava tanto prazer, o meu corpo era percorrido por choques e espasmos fortes…

Ela quando me sentiu mais relaxada disse para me deitar de costas, eu com alguma dificuldade consegui fazer o que ela me pediu até que ela numa voz sedutora me diz:

- “Putinha… podes tirar a venda…”

 Eu tirei imediatamente a venda, olhei para ela mas assustei-me com o seu olhar e também porque ela segurava na mão uma vela acesa… 

“O que vai ela fazer com aquilo?”

Enquanto pensava nas possibilidades e me sentia ainda mais assustada ela diz-me:

- “Não quero ouvir um ai, ouviste?”

- “Sim senhora…”

Ainda não tinha assimilado a pergunta e já tinha dado a resposta, devo ter “queda” para isto. O ser submissa deve fazer parte da minha natureza…
A Kátia olhava-me com um olhar esgazeado pondo a vela a pairar sob o meu corpo e eu tentava perceber onde as gotas de cera escaldante iriam cair mas era difícil. Como me doía o pescoço achei por bem pousar a cabeça e segurei firmemente o tapete esperando a tortura…
A primeira gota caiu sobre um dos meus seios e eu soltei um gemido arrepiando-me todinha, o meu corpo reagiu e senti o prazer aumentar. Este jogo era de loucos mas muito bom e foi melhorando à medida que as gotas de cera quente iam caindo sobre mim… apesar do choque inicial era ótima esta pequena tortura até que as gotas de cera cessaram…

Tentei levantar a cabeça para ver o que se passava à minha volta mas ela ordena-me numa voz rouca de excitação:

- “Volta a colocar a venda.”

Assim que coloco a venda ela abocanha a minha vagina encharcada e faz a sua língua deslizar para dentro de mim… segurando-me as pernas lambe-me e chupa-me com uma força impressionante. Até parece que o meu clitóris vai ser arrancado, a dor mistura-se com o prazer e nisto ela penetra-me com dois dedos. Eu grito a plenos pulmões nem me lembrando da hora tardia, desabo num orgasmo que toldando a visão deixa todo o meu corpo tremendo em convulsões fortes…
Sinto o meu corpo mole, estou demasiado fraca para me mexer mas olho para ela e vejo no seu rosto um olhar felino de quem acaba de se banquetear com a sua presa. 
A Kátia aproxima-se de mim, estende-me a mão e eu com a sua ajuda levanto-me ainda um pouco trémula… mergulhamos nos olhos uma da outra e beijamo-nos ternamente, entretanto ela leva-me pela mão para o “WC”, dá-me um banho quentinho lavando todo o meu corpo e depois de me ter dado banho ela seca-me e leva-me para a caminha onde me deita, enroscando-me nela eu descanso e adormeço num sono profundo…


“Amar é sentir na felicidade do outro a própria felicidade.”
Gottfried Wilhelm von Leibnitz


Descobri uma forma de prazer na submissão, nunca pensei que tal fosse possível mas é de facto possível… 
A dor assustava-me mas percebi que ela pode ser um complemento do prazer.

Alexandra Miranda (07-11-2012)