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domingo, 5 de janeiro de 2014

Expurgação - Parte I

Caminhávamos de mãos dadas cruzando a escuridão, a noite quente e aquela “pequena” aventura deixou-nos a ambas afogueadas. Parámos, encostámo-nos ao carro e olhando uma para a outra começámos a rir (sim, somos completamente loucas). Puxando-a delicadamente para mim ajeitei-lhe os cabelos soltos atrás da orelha e passando delicadamente os dedos pelo seu rosto fui acariciando e contornando devagar… ela ajeitou-se na palma da minha mão, e eu fui passando delicadamente o meu polegar pelos seus lábios finos e tão lindos. Ela entreabriu a boca e tocou com a ponta da língua no meu dedo e depois começou a chupá-lo devagar, depois mordeu a pontinha e eu arrepiei-me inteira, abracei-me então a ela e apertei-a com força nos meus braços.
Quando nos soltámos do abraço estávamos as duas um pouco ofegantes e rendidas aos encantos uma da outra. Aproximámos os nossos rostos e demos então um beijo suave, sem pressas, saboreando com calma o gosto uma da outra… ela foi um pouco mais afoita e enquanto deslizava as suas mãos pelas minhas costas fez a sua língua invadir a minha boca, eu apertei-a mais e senti o meu rabo ser apertado com força e fui puxada de encontro a ela… desequilibramo-nos um pouco e ela bateu na lateral do carro, eu aproveitei esse facto e forcei mais o meu corpo de encontro ao dela e senti que aos poucos ela ia ficando molinha nos meus braços, com o joelho abri-lhe um pouco as pernas e encostei a minha coxa na sua intimidade... 
Ela gemeu e separou os seus lábios dos meus soltando um gemido alto. Eu, com isso fui beijando o seu rosto enquanto ela me arranhava as costas…

- “HEI SAPATONAS! QUE MERDA É ESSA?!”

Assustámo-nos e separámo-nos num ápice tentando perceber de onde tinha vindo tão assustador e gutural grito… sentia-mos o coração ainda mais descompassado ao ouvir os passos pesados que se aproximavam de nós… 
Abri rapidamente o carro e correndo à volta deste preparava-me para entrar quando reparei que ela nem se tinha mexido e eu já afetada pelo nervosismo berrei-lhe:

- “Porra, entra no carro… rápido!”

Eu bem sei que fui um pouco ríspida mas na verdade a voz não saiu mais que um sussurro e agora, com a aflição, percebia que tinha sido um erro estacionar num sítio tão escuro e sombrio.
Assim que ela entrou eu arranquei, com os pneus chiando no alcatrão, seguindo a alta velocidade... a viagem demorou um pouco, apesar do hotel ser relativamente perto, mas nenhuma de nós abriu a boca porque estávamos demasiado assustadas para falar.
Estacionei o carro, desliguei o motor e encostei então a cabeça no volante expirando profundamente como se durante todo o percurso não tivesse sequer inspirado um pouco de ar. O meu coração estava acelerado e a cabeça latejava ao ponto de doer.

Ela falou-me então baixinho e pude notar a sua voz embargada:

- “Desculpa amor, fiquei sem reacção.”

Eu olhei na sua direcção e percebi o quão assustada ela estava, isso comoveu-me e respirando fundo disse-lhe:

- “Desculpa-me também amor… fui muito bruta…”

Interrompendo-me pegou na minha na minha mão e puxou-me, eu inclinei-me para ela e olhando-me nos olhos passou a mão livre no meu rosto e acariciando-me. Eu arrepiei-me e aproximei-me mais dela, os nossos lábios tocaram-se e o beijo foi ficando mais e mais intenso. Beijá-la é maravilhoso e faz-me esquecer tudo, mesmo tudo… as nossas mãos eram agora mais afoitas e percorriam incessantemente o corpo uma da outra, os nosso beijos eram loucos e molhados, a nossa língua bailava na boca uma da outra, os nosso lábios eram chupados, mordidos e gemíamos enquanto nos apertávamos e a minha língua se entrelaçava na sua língua… afastámo-nos de repente e ofegantes sorrimos uma para a outra enquanto aguardávamos que a nossa respiração voltasse ao normal.

Este conto tem continuação...

Alexandra Miranda
** (06-05-2014) **

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